quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Moda dos santos fofinhos



Não bastasse o Papa, agora os “santos” também viraram pop. A novidade é a última invenção dos decoradores, que estão apostando na religiosidade do brasileiro para vender oratórios decorativos. Santos fofinhos, como se pode ver na foto acima, ficam “perfeitos” para o quarto das crianças.

A novidade está no site da GNT e promete quebrar os padrões sisudos dos oratórios do tempo da vovó, adornados com aquelas imagens sacras em estilo barroco, cabisbaixas e sofredoras - totalmente fora das ultimas tendências.

Se você, evangélico, se sentiu excluído, não precisa ficar triste. Não duvido que em breve os mesmos decoradores lancem bonequinhos de Jesus, bem fofinhos e coloridos, para decorar o quarto de crentes em dia com a moda. Vai vender como água.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Mais um “homem” grávido!


Nos Estados Unidos, duas mulheres se tornaram "homens" e formam um casal. Um deles [ou delas, nem sei] está "grávido". Entendido?

Parece erro de informação, mas é isso mesmo. Mais um "homem" dará à luz nos Estados Unidos. Scott Moore - o segundo caso conhecido - está "grávido". O transexual será submetido a trabalho de parto em fevereiro. Ele e o companheiro Thomas, que também nasceu mulher -, já escolheram o nome do menino, concebido sob inseminação artificial: Miles.

Scott, que nasceu Jessica, disse que desde os 11 anos percebera que gostaria de ser um homem. Os pais [é isso mesmo, os pais] pagaram o equivalente a R$ 13 mil para que os seios da filha fossem removidos. Thomas nasceu Laura e fez cirurgia para mudança de sexo no ano passado, quando removeu o útero.

Confesso que tive de ler duas vezes a notícia para captar direito a história. Minha mãe diria: “Esse mundo está perdido mesmo, Jesus!”. Já eu, diria... nem sei direito o que dizer.

Pode parecer que estou tentando fazer piada com o assunto, mas não estou. O assunto é sério. Temo até ser mal interpretado [se bem que isso faz parte da rotina de quem não consegue ficar de boca calada - aleluia!] ou taxado de “careta”, “quadrado” ou - para usar um termo do momento - homofóbico.

O caso de Scott e Thomas não é o primeiro - e alguém duvida que vai ser o último? Peraí, pensando bem, a mulher virou homem para ficar com outra mulher que também virou homem? Quer dizer que elas eram mulheres [na verdade são, ou pelos menos foi assim que Deus as concebeu] mas queriam mudar de sexo para ficar com outro homem? Então por que não continuaram mulheres, ora bolas? Daria menos trabalho, é ou não é?

Sei não. Penso no Deus que eu creio e só consigo vê-lo triste. Penso Nele permitindo o nascimento de duas meninas, as chamando pelo nome [Sl 139:16; Is 45:3] projetando para que suas vidas caminhem digamos... normal, segundo a lógica, cuidadosamente planejada, da natureza humana. Mas, como numa cilada maligna, tudo acaba distorcido, virado do avesso.

De certa forma, fico triste também. Li comentários sobre a notícia em pauta expondo opiniões do tipo: “Se eles estão felizes, tudo bem”; ou “Não vejo nada demais, cada um faz o que quer da sua vida”. Realmente, Deus nos ama tanto que nos dá o direito de decidir o que queremos fazer de nossa vida. Mas, como todo Pai amoroso, Ele também nos direciona ao caminho certo [vide Dt 30:19,20].

Penso na criança por nascer, inocente, violentamente obrigada a crescer num lar estranho. “Afinal, quem é a minha mãe?” – a vejo perguntando quando de seus primeiros lampejos de consciência. Scott [o grávido] disse em entrevista a um jornal: "Eu sei que muitas pessoas vão nos criticar, mas estou imensamente feliz e sem qualquer vergonha". Enfim, ele escolheu assim.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Você já se comparou com Jesus?


Já notou como o nosso pecado é sempre menor do que o pecado do próximo? Quando a ‘batata esquenta’ na casa do vizinho, fica cômodo criticar, não é verdade? Via de regra, temos o péssimo hábito de nos comparar com os outros na intenção de parecermos melhores do que realmente somos. Afinal, detectar falhas em alguém serve para realçar as nossas supostas qualidades.

Buscar virtudes em mim ante os defeitos do meu irmão é sempre fácil. Desafiador é ter coragem de me comparar com Jesus. É que diante do meu próximo eu até consigo exaltar – ou seria forjar? – as minhas qualidades, mas comparar-me a Jesus é ter, inevitavelmente, meus defeitos escancarados. Senti que deveria fazê-lo.

Enquanto pregava no culto do domingo passado, pela manhã, na Comunidade Vida, compartilhei com a igreja a experiência de me comparar com Jesus. A mensagem estava alicerçada no texto de 1Co 11:1 e uma das perguntas que fiz a mim aos irmãos presentes foi: “Será que nós teríamos a firmeza do apóstolo Paulo para dizer às pessoas “sedes meus imitadores como eu sou Cristo”? Arrematei com outra pergunta: “Será que alguém que imite a mim estará em compasso com os ensinamentos de Jesus?

Ao comparar-me com Jesus, constatei que a minha coragem para pregar o evangelho está a anos luz da coragem de Cristo. Olhei para Ele e vi que minha fé não chega ao tamanho de um grão de mostarda, pois a Bíblia diz que “Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda direis a esse monte: Passa daqui para acolá – e há de passar; e nada vos será impossível” [MT 17:20]. Conclui também que minha capacidade de perdoar ainda é extremamente carnal e egoísta. Vi que meu amor ao próximo não chega nem aos pés do amor Daquele que entregou sua vida por mim na cruz do Calvário.

Comparar-me com Jesus foi constrangedor. Mas, pude concluir duas verdades práticas: a primeira me diz que me comparar ao meu próximo pode ser uma grande perda de tempo quando utilizo a comparação apenas para me ensoberbecer nas minhas supostas qualidades; a segunda me mostra que me comparar a Jesus é um exercício de confronto com minha postura de servo e meu caráter cristão.

Que possamos ser, como Paulo, um autêntico e ousado imitador de Cristo.

Rir para não chorar


Um pouco de humor para descontrair. Charge publicada na
edição de 24/01/2010 em O Estado do Maranhão.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Por que não Jesus?



“Se Jesus é a verdade, por que tantas pessoas o rejeitam? Se o cristianismo é verdadeiro, não deveria finalmente triunfar? Todavia, não é isso o que mostram as estatísticas. O cristianismo está fazendo relativamente pouco progresso no sentido de conquistar adeptos de outras grandes religiões mundiais”.

As idagações acima são do jornalista ex-ateu Lee Strobel em seu livro “Em Defesa da Fé” e mostram uma realidade global. O cristianismo ainda é a maior religião do mundo. No entanto, recentemente o Papa Bento VXI teria admitido que o número de católicos no mundo foi superado pelo de mulçumanos, que continuam em franco crescimento. O budismo e o hinduísmo têm se popularizado em países como os Estados Unidos e o nosso [novelesco] Brasil. Afinal, por que a verdade de Cristo ainda é tão rejeitada pelas pessoas?

Entendo da seguinte forma: na contra-mão da Bíblia, alguns sistemas religiosos tentam convencer as pessoas de que elas devem buscar em si mesmas as respostas e que na busca do autoconhecimento pode estar a chave do tesouro. Cristo, por sua vez, nos desafia a morrer para nós mesmos [Jo 3;1-8; 2Co 5:17], nos confronta no nosso pecado e nos chama ao compromisso. Diante desse cardápio pouco atrativo, muitos preferem continuar na busca pela auto-suficiência, pelo compromisso consigo mesmo, não com Deus, muito menos com o próximo. Para alguns, Jesus agride a autonomia do ser humano. Mas, na verdade, o que Ele deseja é nos libertar da solidão da ausência de Deus. Ele não apenas nos leva à presença do Pai, mas muda nossa vida e nossa maneira de perceber a nós mesmos.

Tudo bem, o discurso do cristianismo pode até não ser o mais vendável – como diriam os profissionais do marketing –, mas quem disse que a verdade não dói? Infelizmente, a mentira é vendida em recipientes coloridos, com slogans criativos e promessa de soluções rápidas. Consumidores não faltam. Homens adoram uma “bença”.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Revolta dos pêlos



Li no blog Púlpito Cristão sobre a polêmica que Bruna Surfistinha [aquela que ficou famosa após escrever um livro revelando suas “aventuras” quando garota de programa] gerou ao publicar em seu Twitter a seguinte frase: "Acabei de chegar da sessão tortura. Acho que vou virar crente para nunca mais precisar sofrer com depilação!". Depois da declaração, parece que choveu recados para a moça de evangélicos revoltados. Diz aí: e por acaso não é verdade que existem mesmo denominações que proíbem a depilação, o uso de jóias, o corte de cabelo, entre outras exigências, sob pena de a “transgressora” arder no mármore do inferno?

É o tal negócio: crente adora apontar o dedão na direção dos outros, mas quando tocam na ferida dele... sai de baixo. Caiamos na real: a Surfistinha não disse nada de mais. Falou bobagem? Falou. Mas não foi das piores que ela já tenha dito ou feito [e quem não já fez?]. Justificou ela que sua declaração foi baseada no exemplo de uma amiga [peluda] evangélica que ela tinha. Melhor seria se ela pudesse ter visto na tal amiga um exemplo de espiritualidade e inteligência a ser seguido, e não um motivo de piada [ou nojo, sei lá]. Quanto aos evangélicos que mandaram recados para a ex-garota de programa, endosso a pergunta contida no Púlpito Cristão: “Que raios faz esse bando de crente seguindo a Bruna Surfistinha no Twitter?”

Mistério!!!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Arrogância nossa



“Gosto do seu Cristo, mas não gosto dos seus cristãos”. A frase é de Mahatma Gandhi e vale reflexão. Se considerarmos que Gandi morreu sem Jesus e crendo que ratos e outros animais são deuses dignos de adoração [como a maioria da população da Índia crê], temos de admitir que os cristãos têm uma parcela de responsabilidade nisso. É duro aceitar, mas a nossa arrogância e nosso mau testemunho vêm sendo um entrave no alcance de muitas pessoas pela verdade de Jesus.

Somos arrogantes sim. Sob a prerrogativa de que detemos a única chave possível de acesso a Deus, subimos em nosso pedestal, altivos em nossa crença. Lembro-me da passagem em que os discípulos tentavam impedir que crianças se aproximassem de Jesus, repreendendo aqueles que as levavam [Mc 10:13]. Ou quando os seguidores do Senhor repreenderam um cego que clamava por cura [Mc 10:46-48]. Muitos de nós, ao invés de levar as pessoas a Cristo, as repelimos com nossa arrogância, nosso preconceito e testemunho reprovável.

Um dos grandes desafios dos cristãos, hoje, é passar a verdade de Cristo sem parecer orgulhoso e dono de si. Se a verdade não for sustentada pelo amor, torna o detentor da mensagem odioso e a verdade repulsiva.

Nietzsche disse certa vez: “Passarei a acreditar no Redentor quando o cristão parecer um pouco mais redimido”. Penso que muitos intelectuais até admitem sentir admiração por Jesus, mas quando olham para nós, cristãos, acabam considerando não valer a pena seguir a um Cristo que arrebanha pessoas de caráter tão duvidoso.

É por isso que não me canso de pregar aos jovens: “Parem de olhar para homens, olhem para Jesus”. Se Gandhi e Nietzsche o tivessem feito, talvez houvesse experimentado a “paz que excede todo o entendimento” [Fp 4:7], a paz que desconcerta todo intelectualismo solitário.

Quanto a nós, cuidemos de descartar a arrogância nossa de cada dia, para que o mundo possa ver em nós o reflexo do amor simples de Jesus.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Tirem as crianças da sala



Vi este vídeo no blog do Genizah e roubei-o descaradamente. Certamente o produto deve estar sendo vendido com o selo “Comprando este DVD, você está ajudando o Reino e colaborando com o nosso ministério”. O certo mesmo seria uma tarja do juizado de menores escrita “Proibido para menores de 12 anos”, sob a cautela de não influenciar outras crianças a fazerem o mesmo.

Não sei o que é mais triste, ver uma criança adestrada [e sem noção] ou perceber que há uma igreja inteira no local indo na onda e dando glória. Seguindo à risca a cartilha do "professor", o menino se vale de clichês do tipo "pega na mão do teu irmão e profetiza blá, blá, blá...", "eu te ordeno, Satanás...", "cura agora, Jesus...”. Só falta dizer “Quem manda aqui sou eu e doido é aquele que não obedecer [incluindo o próprio Senhor]". É lamentável ver que os crentes não querem pensar. Querem mesmo é um pregador lhes dizendo o que devem fazer. Irmãos, existem pastores sérios, que pregam à luz da Palavra e não baseados em “revelamentos” auto-promocionais. Homens e mulheres comprometidos com a verdade, preocupados em orientar e não adestrar. Pense nisso.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Vem aí o BBBesteirol 10



Aos irmãos que apreciam o reality show, peço perdão, mas o Big Brother Brasil é uma fábrica [estrategicamente arquitetada] para idiotizar as pessoas. Vejam o Pedro Bial. De excelente cronistas e jornalista competente, transformado em um apresentador “abobalhado” capaz de chamar uma turma de famosos de ocasião de “meus heróis”. É mole?! Tá certo que o cara deve ganhar uma grana alta para pagar esse mico em rede nacional. É a única justificativa lógica para um sujeito pensante como ele mostrar tanta empolgação com um programa tão oco como o BBB.

Tudo bem, talvez o leitor me considere um pouco radical. Afinal, que mal há em se divertir em frente à TV assistindo um pouco de besteirol? A princípio, mal nenhum. Mas, convenhamos, o mínimo de conteúdo não faz mal a ninguém. Minha opinião [pode discordar, aliás, acho bom quando discordam de mim; só não vale xingar no comentário] é que o BBB é um enlatado feito para faturar à custa do telespectador, além de ser um estimulante explícito à safadeza e ao voyeurismo. Em outras palavras, um apetitoso banquete para a carne. Acredito que crente pensante possa achar coisa melhor para fazer.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Chega de engano “santo”



Certa feita, assistia a um culto quando o pastor bradou:

– O Diabo não brinca em serviço, irmãos!!!
A irmãzinha, obviamente desatenta, ao perceber o tom de voz elevado do pregador, não titubeou: – Glória a Deus!! Aleluuuuuia!!

Eu e minha amada esposa nos entreolhamos como quem perguntava um para o outro: “Ué, e desde quando mencionar uma ‘qualidade’ do diabo é motivo para glorificar?”

A cena, absolutamente verídica, ilustra bem uma realidade triste de nossas igrejas: a palavra que se prega, para alguns, é menos importante que a performance do pregador. Ou seja, frases de efeito e uma voz bem impostada, com suposta “autoridade”, faz mais efeito que um bom embasamento bíblico.

Amados, não fomos feitos seres pensantes por acaso. A palavra não nos ensina a calar a voz diante de teatralizações espirituais e “revelamentos” sem fundamento. O apóstolo Paulo nos alerta sobre os falsos profetas e destaca a prudência daqueles que examinam, na Palavra, tudo o que ouvem (At 17:11, 1Ts 5:21). A seu discípulo Timóteo, ele recomenda o bom manejo da palavra da verdade (2Tm 2:15). O próprio Jesus nos alerta que homens fariam maravilhas (lê-se manifestações sobrenaturais) e expulsariam demônios em seu nome, mas que estes não tinham parte com Ele (Mt 7:15-27). O que diferenciam os falsos dos verdadeiros profetas não são os milagres, mas os frutos, os bons frutos.

Incomoda-me perceber como mercadores da fé estufam seus bolsos de dinheiro à custa da ingenuidade dos crentes. É triste ver a idolatria em nosso meio. Fico perplexo ao ver pregadores endeusados, novidades e modismos invadindo as igrejas sem o devido exame ou básico apelo ao dom do discernimento. Chateia-me também os legalista fazendo cara feia para um determinado ritmo de música ou tipo de roupa usada pelos cristãos do século XXI, como se Deus estivesse preocupado com isso.

Pregadores itinerantes vendem milagres com suas performances teatrais e, com extrema facilidade, a igreja “pega fogo” [crente adora uma novidade]. Irmãos, fogo que não traz transformação de vida é fogo estranho. Sei que não vou receber tapinhas nas costas por fazer alguns alertas aqui. Mas prefiro dar a cara a tapa a ficar inerte. Sei que estou a anos luz do servo que o Senhor espera de mim. E também estou longe do conhecimento que preciso e gostaria de ter. Mas tenho a convicção de que o Espírito Santo está abrindo a mente e os olhos de uma nova geração de revolucionários. Crentes afinados com a Palavra, preocupados com o próximo, com o social, com salvação de vidas e que não se deixam enganar.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

"Avatar": efeitos e só



Sábado último, recesso do Encontro Jovem, fomos, eu minha amada, ao cinema. Uma moçada estava lá. “Se tivesse um violão, daria para fazermos o culto aqui no Shopping”, brinquei com um dos muitos membros da Juventude Vida que encontramos por lá.

Fomos ao cinema ver “Avatar”, o badalado filme de James Cameron. Antes mesmo de comprarmos o ingresso, o David, meio perplexo, exortou-me:

– Avatar, meu líder? Esse filme não é de Deus!
– “Não sejais demasiadamente justo (ou santo) - Ec 7:16” – brinquei com ele. Nessa passagem, Salomão alerta para a falsa retidão e para o legalismo que aprisionam e limitam muitos cristãos hoje em dia.


Escrevo para fazer minhas considerações resumidas sobre o filme. A história não tem nada de mais: mensagem ecológica apimentada por uma história de amor à segunda vista [ouvi dizer que a versão em DVD trará cenas de sexo entre o casal virtual de protagonistas. Deve ser bizarro]. Ao contrário de outras ficções sobre invasão interplanetária, os invasores dessa vez somos nós e não os ETs. Depois de destruir as riquezas naturais da Terra, fomos destruir no longínquo planeta Pandora. Lá, os nativos vivem em sintonia com a floresta, que, na verdade, é tida como uma deusa - aquilo que os terráqueos chamariam de Mãe Natureza. Uma história fantasiosa, cheia de misticismos e que, ao menos a mim, não acrescentou nada.
 
O que valeu o ingresso? Os efeitos visuais, só. Não foi à toa que “Avatar” tornou-se a produção cinematográfica mais cara da história. Os cenários virtuais e as cenas de ação são fantásticos. Diversão visual para descansar a mente. Mas, pela falta de conteúdo, não é o tipo de filme que encoraje um bom e velho debate pós-sessão.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Hora de fazer uma “fezinha”


O que você faria se ganhasse R$ 144,9 milhões? Pois é, o prêmio milionário da tão badalada “Mega-Sena da Virada” instigou os sonhos – ou seria a ganância? – de muitos brasileiros, entre os quais uma ‘ruma’ de cristãos evangélicos. Mas afinal, jogar na loteria é pecado? Que mal faz uma “fezinha” de vem em quando, ainda mais com uma bolada dessas? Sem falar que o dízimo daria para pagar todas as contas da igreja e, de quebra, realizar todos os sonhos que Deus colocou no coração no meu pastor! Ainda que seja pecado, eu depois posso acertar as contas com Deus fazendo boas ações, não é verdade? “Senhor, eu prometo que se eu ganhar na Mega vou doar uma parte para as criancinhas pobres do Brasil, vou ajudar meus familiares, etc, etc, etc...”.

Já dizia o Mestre: “O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mc 14:38). E a carne é chegada a sombra e água fresca. Acho engraçado aqueles que dizem assim: “Ainda que eu ganhasse essa grana eu não pararia de trabalhar”. Conversa fiada. Quem almeja ganhar esse dinheiro fácil sonha mesmo é passar o resto da vida vivendo de brisa, curtindo os rendimentos adoidado. Parafraseando uma figura que gosta de pregar na Rua Grande e que na sua ingenuidade [um tanto insana], dispara algumas ‘pérolas’ de vez em quando: “Se você não aceitar Jesus, vai para o inferno com o bolso cheio de dinheiro e tudo mais!!!!!”

Brincadeiras à parte, prefiro mesmo é recorrer ao que me diz a Bíblia. Que eu saiba, a Palavra não diz ser algo agradável a Deus apelar para a sorte para resolver problemas financeiros. Mas ela me fala que o homem terá que trabalhar para garantir seu sustento (Gn 3:19). Fala também que a riqueza que Deus abençoa e faz prosperar é aquela que é fruto do trabalho (PV 13:11). Fala ainda da eterna luta da carne contra o espírito (Gl 5:17) e não há dúvida de que o dinheiro fácil é guloseima para uma carne faminta. E, só para lembrar, boa ação não salva ninguém, mas a graça, mediante a fé (Ef 2:8).

Há quem procure justificar sua afeição por jogos de azar apoiados em passagens bíblicas que citam o termo “lançar sorte” (Lv 16:8; At 1:26; Js 18:6). Mas, contextualizadas, elas ou estão falando sobre a vontade soberana de Deus ou em formas de se solucionar questões de maneira justa, nada a ver com enriquecimento fácil.

Considero que o assunto pede um estudo mais aprofundado, mas, por ora, espero apenas ter colaborado para a reflexão dos leitores. Ah, a foto acima [autoria: Biaman Prado] foi tirada na véspera do sorteio da “Mega-Sena da Virada” em frente a uma lotérica de São Luís. Teve gente que ficou mais de duas horas na fila para conseguir fazer a sua “fezinha”. O caso é de fezinha mesmo [fé no dinheiro].