segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Fora de época e de noção

Destaques dançam em trio elétrico durante parada gay em São Luís


Era só o que faltava. Não bastasse a realização de uma única Parada Gay em São Luís – realizada anualmente na avenida Litorânea –, a onda agora aqui na capital maranhense é a “parada gay fora de época”. Espécie de micareta GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais), a folia tornou-se agora setorizada por áreas e municípios da Ilha. Grandes bairros como Cohab e Maiobão já têm a sua. O município de São José de Ribamar (cerca de 20km da capital), conhecido por sua badalada romaria ao santo que dá nome à cidade, também já aderiu. Do jeito que vai, a tendência é cada bairro ter a sua parada, com direito a competição inter-bairros para saber qual a mais espalhafatosa.

Tenho valores cristãos e, graças a isso, busco imitar a Cristo no quesito amor ao próximo. Como todo mundo, tenho os meus deslizes nesse item, mas nada que dure muito tempo. Ao invés de atirar pedras contra o meu próximo, procuro lançar flechas polidas de oração e amor. Não consigo, por Cristo, alimentar em mim sentimentos negativos por quem quer que seja – ainda que esse alguém se esforce para tanto. Digo isso para que leitores que se considerem enquadrados na sigla GLBT não pensem que os acuso [o acusador, biblicamente falando, tem nome, mas não chifres e pé de cabra como alguns imaginam] de alguma coisa ou que tenho algum sentimento de raiva contra eles. Amo-os em Cristo e costumo conviver bem com pessoas que pensam diferente de mim. 

A saber: tenho amigos gays e mantemos o respeito mútuo. Mas, daí a conter a minha língua de criticar a proliferação de paradas gays fora de época seria um pouco demais para a minha incontida necessidade de me manifestar em favor daquilo que eu acredito. Ora, se os GLBT podem se manifestar abertamente em suas paradas, atropelando, muitas vezes, o direto de muitos de se incomodar com comportamentos e indumentárias [algumas extremamente apelativas e de mau gosto], por que eu não posso dizer o que penso sem ser taxado disso ou daquilo outro? Por que não devo abrir o verbo para dizer que a sociedade não é obrigada a se curvar diante da imposição de um grupo que, por se achar discriminado, apela para ataques verbais aos cristãos e à defesa de atitudes contrárias a padrões que se enquadrem aos valores relatados nas Sagradas Escrituras?

Por essas e outras, assumo, sem pudores ou medo de chocar algum leitor, que sou heterossexual, conforme a natureza de todos da espécie humana, haja vista que somos seres criados para crescer e multiplicar, e isso não é possível [naturalmente falando] a não ser pelo acasalamento entre indivíduos do sexo oposto. Fora desse fato, biologicamente incontestável, trata-se de uma opção extra-natural, que nada tem a ver com genética ou outro caminho científico relacionado à existência do homem. Cito Romanos 1:26,27 – “Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homem com homem, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro”.

Por diferentes razões – entre elas familiares; influência do mundo; traumas de infâncias; abusos sofridos; imposições sociais; ou mera opção comportamental, etc ­– certas pessoas escolhem trilhar caminhos que destoam da sua natureza e não aceitam a possibilidade de ser feliz de outra forma. É uma escolha.

Imaginemos o seguinte: e se milhares de heterossexuais decidissem sair às ruas numa grande parada em defesa da liberdade de opinião e contra o preconceito àqueles que seguem à sua natureza original, mas que agora são vistos como caretas, religiosos e homofóbicos? Correríamos o risco, talvez, de sermos apedrejados, achincalhados, julgados e condenados. Aliás, depois desse texto, receio receber olhares de metralhadora ou mesmo ser hostilizado na rua por ser hétero assumido e acreditar no projeto original da raça humana, ou seja, na perfeita compatibilidade entre homem e mulher, na geração de filhos por meio da união matrimonial, na alegria dos valores familiares, enfim...

Em tempos de paradas gays e micaretas GLBT, incomoda-me a banalização, cada vez mais em voga, do desvio de conduta em todos os sentidos. E, assim, a humanidade segue seu caminho na eterna luta – ao menos nesse mundo ­– da carne contra o espírito (Gálatas 5:17). Como nos disse o Mestre dos Mestres: “Orai e vigiai, para que não entreis em tentação. O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca (Mateus 14:38)”. Concluo bradando: Abaixo a heterofobia! E viva a revolução em Cristo!