quinta-feira, 30 de setembro de 2010

“Minha candidatura nasceu do coração de Deus”. Então tá


Aproxima-se o dia das Eleições e só de uma coisa tenho certeza: mais uma vez a vitória será da democracia. Louvo a Deus por vivermos num país democrático, no qual professamos nossas crenças religiosas livremente, não precisamos morrer ou ser presos por possuir e pregar a Bíblia e, claro, podemos escolher nossos governantes por meio do voto. Não quero entrar aqui no mérito do lado sujo dessa história – inclua-se aí a venda e compra de votos, o voto de cabresto, o coronelismo ainda vigente em algumas regiões do país e outras mazelas da nossa política , mas quero comentar algo que tem me chateado de ouvir, vindo de candidatos ditos evangélicos. Trata-se da frase abusivamente usada “Minha candidatura nasceu do coração de Deus”.

Por mais que eu queira ser simpático à candidatura dos irmãos que corajosamente dão a cara à tapa em busca de um lugar ao Sol no disputadíssimo metiê público, torço o nariz quando ouço a referida máxima. De duas uma: ou grande parte das campanhas de evangélicos “nasceu do coração de Deus” (mas fica difícil crer, a julgar por uns e outros caras-de-pau que estampam cartazes por aí), ou tem gente usando cinicamente o nome do Senhor em vão.

Talvez um irritado leitor possa indagar-me: “E quem é você para dizer que essa ou aquela candidatura não nasceu do coração de Deus?” Mansamente eu responderia: “Meu amado(a), porque eu tenho cérebro e tento fazer bom uso dele”. Gente, não estou dizendo que não haja entre os candidatos cristãos (incluindo-se alguns pastores) aqueles que estejam seguindo uma autêntica direção do Senhor. O que eu não consigo engolir é esse evangeliquês desmedido, essa postura apelativa para engabelar os crentes. Por que não dizer simplesmente: “Sou candidato porque tenho tais e tais propostas; Porque vou me posicionar contra o aborto, contra o casamento homossexual (aliás, muitos preferem silenciar-se sobre esses temas, para não ferir possíveis eleitores da oposição); ou “Porque me sinto preparado para a vida pública, com honestidade, moral e competência comprovados...” Enfim, por que essa história de dizer que a candidatura “nasceu do coração de Deus”?

Ok, consideremos então que determinada candidatura foi mesmo uma revelação do Senhor, o que justificaria, claro, o uso da frase. A pergunta que faço é: Será que, além da revelação, Deus autorizou o suposto escolhido a usá-Lo como cabo eleitoral ou, em maior escala, padrinho de campanha. Ora, se é Deus que está avalizando, quem sou eu, insignificante cristão, para não votar no camarada?

Amados(as), na hora de votar, escolha consciente. Avalie, analise propostas, não se deixe levar por influências e, principalmente, movido pelo inconsciente coletivo. Vote em alguém que você confie, que você acredita, que possa representar bem os seus ideais. Valores cristãos e temor a Deus são, sem dúvida, são bons requisitos, mas não bastam. Precisa ter vocação para a vida pública, ter preparo para desempenhar esse papel e, sobretudo, ser sincero.

O que lasca é saber que palanques e igrejas estão cheios de ótimos atores. Mas, como diz a Palavra: “...nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido (Lucas 12:2)”.

domingo, 26 de setembro de 2010

A alma do negócio está em alta no meio evangélico e...


...chega a ser cômico a atitude de certos líderes religiosos e pregadores que usam de jogada de marketing para se auto-promover, usando, claro, a máscara de “homens de Deus propagando o Evangelho”. Seria como dizer que Jesus precisa de propaganda para que vidas sejam alcançadas por Ele, ou que uma forcinha publicitária é sempre bem-vinda em nome “do Reino”.

Um exemplo que me deixa com a pulga atrás da orelha: pregador itinerante, que percorre o país com sermões pré-fabricados, cartazes e DVDs embaixo do braço, negociando seus shows de fogo (estranho). Fui testemunha ocular de um certo pastor dessa linha, que ao final do culto, depois de “ministrar” piadinhas acompanhadas de trejeitos teatrais durante meia-hora, se posicionou na saída para vender seus produtos sem o menor constrangimento. “Não esqueçam de fazer a feira”, bradava para os irmãos que saíam e, ao mesmo tempo, eram constrangidos a levar um de seus DVDs “ungidos”.

Não pensem que estou pondo no mesmo saco todos os pregadores itinerantes. Não é isso. Apenas chamo a atenção dos crentes pensantes para que avaliem a postura dessas pessoas. É pelo fruto que se conhece a árvore. Acho estranho, por exemplo, líderes sem igreja ou que se auto-proclamam profetas com certo ar de soberba; pastores sem cobertura espiritual; ou pregadores que mais parecem comediantes do tipo stand-up.

Certa vez, um irmão relatou-me ter sido testemunha de um episódio protagonizado por um pregador que, ao fim da mensagem, “profetizou”: “Deus está me revelando que as 40 primeiras pessoas que comprarem o meu DVD vão receber uma bênção especial”. Fala sério?!

Noutra situação tive o desprazer de testemunhar um pastor “brincar”, ao ser convidado para orar pelos dízimos e pelas ofertas, pedindo que os irmãos ficassem de pé e que “dessa forma ficava mais fácil de tirar a carteira do bolso”. Brincadeira ou não, foi de péssimo gosto, do tipo que incentiva qualquer descrente a sair da igreja e nunca mais voltar. Na mesma linha, vi (ninguém me contou) um certo pregador famoso (e adepto de suspensórios) pronunciar, durante um grande evento a céu aberto, a seguinte pérola: “E aí, gostaram? Pois aqui é como num restaurante, primeiro a gente se alimenta, depois tem de pagar a conta”.

Meu pastor conta como sendo história verídica o caso de uma igreja que afixou na porta o seguinte cartaz: “Aqui o dízimo é só 7%”. E aqueles anúncios que dão ordens a Deus? Esses são ótimos: “A cruzada vai ser do fogo: Deus vai curar, Deus vai operar, Deus vai abençoar, Deus vai fazer isso e aquilo outro”... Só faltam dizer “...e aí Dele se não fizer o que eu estou dizendo para Ele fazer”.

Em meio à onda de marketing que vem impregnando o Evangelho país afora, oro pela preservação da Palavra pura e simples; pelo fortalecimento de igrejas sérias e comprometidas com a verdade de Jesus; por pregadores que não se vendam aos apelos de Mamon; por missionários genuínos (e louvo a Deus porque há muitos espalhados pelo mundo), cheios da graça, incorruptíveis, firmados na Rocha Eterna. Vibro quando vejo um pregador falar com humildade e graça, cristrocentrando seu sermão na mensagem da cruz, do sangue, da graça, do arrependimento, da mudança, da salvação em Jesus.

Logo, a meu ver, propaganda e Evangelho têm pontos que muito se distanciam. A primeira é a alma do negócio. O segundo, jamais pode ser encarado como um negócio. A primeira existe para estimular o consumo, com apelos de imagem e mensagens sugestivas. O segundo, não nasceu para ser consumido, mas vivido, sendo o eixo principal das igrejas (como organismos e não como organizações) que remam contra a maré deste mundo. Amém.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Fora de época e de noção

Destaques dançam em trio elétrico durante parada gay em São Luís


Era só o que faltava. Não bastasse a realização de uma única Parada Gay em São Luís – realizada anualmente na avenida Litorânea –, a onda agora aqui na capital maranhense é a “parada gay fora de época”. Espécie de micareta GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais), a folia tornou-se agora setorizada por áreas e municípios da Ilha. Grandes bairros como Cohab e Maiobão já têm a sua. O município de São José de Ribamar (cerca de 20km da capital), conhecido por sua badalada romaria ao santo que dá nome à cidade, também já aderiu. Do jeito que vai, a tendência é cada bairro ter a sua parada, com direito a competição inter-bairros para saber qual a mais espalhafatosa.

Tenho valores cristãos e, graças a isso, busco imitar a Cristo no quesito amor ao próximo. Como todo mundo, tenho os meus deslizes nesse item, mas nada que dure muito tempo. Ao invés de atirar pedras contra o meu próximo, procuro lançar flechas polidas de oração e amor. Não consigo, por Cristo, alimentar em mim sentimentos negativos por quem quer que seja – ainda que esse alguém se esforce para tanto. Digo isso para que leitores que se considerem enquadrados na sigla GLBT não pensem que os acuso [o acusador, biblicamente falando, tem nome, mas não chifres e pé de cabra como alguns imaginam] de alguma coisa ou que tenho algum sentimento de raiva contra eles. Amo-os em Cristo e costumo conviver bem com pessoas que pensam diferente de mim. 

A saber: tenho amigos gays e mantemos o respeito mútuo. Mas, daí a conter a minha língua de criticar a proliferação de paradas gays fora de época seria um pouco demais para a minha incontida necessidade de me manifestar em favor daquilo que eu acredito. Ora, se os GLBT podem se manifestar abertamente em suas paradas, atropelando, muitas vezes, o direto de muitos de se incomodar com comportamentos e indumentárias [algumas extremamente apelativas e de mau gosto], por que eu não posso dizer o que penso sem ser taxado disso ou daquilo outro? Por que não devo abrir o verbo para dizer que a sociedade não é obrigada a se curvar diante da imposição de um grupo que, por se achar discriminado, apela para ataques verbais aos cristãos e à defesa de atitudes contrárias a padrões que se enquadrem aos valores relatados nas Sagradas Escrituras?

Por essas e outras, assumo, sem pudores ou medo de chocar algum leitor, que sou heterossexual, conforme a natureza de todos da espécie humana, haja vista que somos seres criados para crescer e multiplicar, e isso não é possível [naturalmente falando] a não ser pelo acasalamento entre indivíduos do sexo oposto. Fora desse fato, biologicamente incontestável, trata-se de uma opção extra-natural, que nada tem a ver com genética ou outro caminho científico relacionado à existência do homem. Cito Romanos 1:26,27 – “Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homem com homem, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro”.

Por diferentes razões – entre elas familiares; influência do mundo; traumas de infâncias; abusos sofridos; imposições sociais; ou mera opção comportamental, etc ­– certas pessoas escolhem trilhar caminhos que destoam da sua natureza e não aceitam a possibilidade de ser feliz de outra forma. É uma escolha.

Imaginemos o seguinte: e se milhares de heterossexuais decidissem sair às ruas numa grande parada em defesa da liberdade de opinião e contra o preconceito àqueles que seguem à sua natureza original, mas que agora são vistos como caretas, religiosos e homofóbicos? Correríamos o risco, talvez, de sermos apedrejados, achincalhados, julgados e condenados. Aliás, depois desse texto, receio receber olhares de metralhadora ou mesmo ser hostilizado na rua por ser hétero assumido e acreditar no projeto original da raça humana, ou seja, na perfeita compatibilidade entre homem e mulher, na geração de filhos por meio da união matrimonial, na alegria dos valores familiares, enfim...

Em tempos de paradas gays e micaretas GLBT, incomoda-me a banalização, cada vez mais em voga, do desvio de conduta em todos os sentidos. E, assim, a humanidade segue seu caminho na eterna luta – ao menos nesse mundo ­– da carne contra o espírito (Gálatas 5:17). Como nos disse o Mestre dos Mestres: “Orai e vigiai, para que não entreis em tentação. O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca (Mateus 14:38)”. Concluo bradando: Abaixo a heterofobia! E viva a revolução em Cristo!  

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Stephen Hawking dispensa Deus


Os avanços na Física moderna excluem Deus das teorias sobre a origem do Universo, afirma o astrofísico britânico Stephen Hawking, 68, em um novo livro. A obra "The Grand Design", escrito em parceria com o físico norte-americano Leonard Mlodinow, será lançado na próxima quinta-feira (9).

Segundo Hawking, o Big Bang foi uma conseqüência inevitável" das leis da Física. "Dado que existe uma lei como a da gravidade, o Universo pôde criar-se e se cria a partir do nada", afirmou. "A criação espontânea é a razão por que há algo em lugar do nada, de por que existe o Universo e por que existimos.", diz ele, E acrescenta: "Não é necessário invocar a Deus para acender o pavio e colocar o Universo em marcha", acrescenta.

Esta posição representa, segundo o "Times", uma evolução em relação ao que o cientista britânico havia escrito anteriormente sobre o tema.Em sua "História do Tempo" (1998), um dos grandes best-sellers da literatura científica, Hawking sugeria que não existia incompatibilidade entre a noção de Deus como criador e uma compreensão científica do Universo.

Meu comentário


Acho engraçado os cristãos que evitam esse tipo de notícia e morrem de medo de lê-las. “Melhor não arriscar, né? Vá lá que esses ‘cientistas malucos’ descobrem mesmo que Deus não existe” – devem pensar os mais cautelosos.

Em primeiro lugar, penso que esses cientistas não são malucos (maluco sou eu, por Jesus). Eles apenas não acreditam em Deus e confiam em suas teorias. Segundo, quando leio notícias assim, sinto fortalecida ainda mais a minha fé num Deus Pai/Criador, inclusive, pela capacidade que Ele mesmo deu a esses cientistas de pensarem suas teorias. Terceiro, quando leio explicações como as do renomado astrofísico britânico, do tipo “Dado que existe uma lei da gravidade, o Universo pôde criar-se a partir o nada” e que “A criação espontânea é a razão por que há algo no lugar do nada”, percebo um esforço sobre-humano de tentar “impor” a inexistência de Deus e uma desesperada necessidade de provar que somos algo além de insignificantes, dado a nossa “sapiência”. Em quatro e último lugar, não consigo olhar para Hawking sem sentir uma profunda compaixão por ele. E torço para que a sua ciência tenha lhe dado alguma alegria de viver. Ao invés de contestá-lo, prefiro orar por ele.

E entre o “algo no lugar no nada” e um Deus Criador, razão de tudo, eu fico, cada vez mais, com a segunda opção.