segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Bíblia para quem precisa

Tempos atrás, fui convidado a pregar em um povoado da cidade de São Domingos do Maranhão (a 400km de São Luís), um lugarejo de pessoas muito simples e carentes de recursos financeiros. Lá fui eu, feliz da vida! Enquanto o dirigente do culto fazia a abertura, percebi muitas pessoas sem a Bíblia. Solícito, ofereci a minha imponente Bíblia de Estudo a uma senhora que estava próxima a mim. Ela, meio envergonhada, respondeu-me: "Eu não sei ler, não senhor".

Eu, que havia planejado ministrar uma determinada mensagem, recorri, meio sem jeito (e aperreado) ao Espírito Santo, pois só Ele poderia me dar as palavras certas, com a simplicidade verdadeira do Evangelho, para pregar àquelas pessoas, numa linguagem na qual elas pudessem compreender. Foi um culto marcante na minha vida, pessoas se converteram, e sai dali diferente e pensativo.

Hoje, criticamos muito aqueles que distorcem a essência da Palavra, com heresias e invencionices de todo tipo, mas não podemos esquecer que "falar grego" para parecer culto, ou, como certos pregadores, pregar trechos e mais trechos "em línguas estranhas", para parecer ungido, não cumpre em nada o básico mandamento do "ide e pregai o evangelho a toda criatura".

Vez em quando, ainda esqueço da lição que aprendi naquele lugarejo, no interior do Maranhão, e profiro algumas palavras pomposas. Daí me lembro da simplicidade de Jesus e reconheço o quanto ainda preciso aprender a depender mais do Espírito Santo, sem o qual nenhuma palavra ministrada, seja ela de difícil ou fácil compreensão, teria sentido.