quarta-feira, 28 de julho de 2010

Fui à missa no domingo


Domingo passado foi um dia movimentado. Pela manhã, Deus me concedeu a honra de pregar na minha igreja, no chamado Culto das Primícias. Em seguida, uma rápida passada na casa de minha sogra, que está enferma. Depois, um almoço a dois com minha amada esposa. O tempo voou e, mal chegamos em casa e já estávamos apressados para não perder a missa das 17h, na Igreja de São Francisco de Assis, localizada a cerca de 40 minutos de nossa casa... Missa???!!!!

Antes que os irmãos pensem que eu “desviei” ou “surtei” de vez, explico. Semana passada recebi um telefonema da minha doce vozinha [essa aí da foto, com meu avô e cercada de netos], para me fazer um convite. Toda cuidadosa, como quem pisa em ovos, ela disse:
- Meu neto, sei que você é evangélico e não vai à missa, mas é que eu e seu avô estamos completando 70 anos de casados e vamos reunir a família numa cerimônia no domingo. Iria ficar tão feliz se você fosse...
Antes de ela completar o convite, respondi: - Estarei lá sem falta, vó. A que horas começa a missa mesmo?

Penso que só sendo muito religioso para recusar um convite desses. E se há uma coisa que eu luto para não ser é religioso. Aliás, no dia em que religião for mais importante que a minha família, ai sim, precisaria me reconciliar com o Senhor, porque “desviei” dos Seus propósitos.

Não vou entrar em detalhes sobre a cerimônia, caso o leitor esteja curioso para saber sobre como e eu minha esposa nos comportamos. Até porque o suposto sacrifício foi plenamente compensado com o abraço amoroso da minha “frágil” vozinha, satisfeita com a nossa presença. Entre um senta-levanta e outro, eu pensava com meus botões: “70 anos de casados não é para qualquer um”. Lembrei de uma pá de amigos evangélicos, cujo casamento não sobreviveu ao primeiro ano e de outros que andam aos trancos e barrancos.

Falar de casamento é um assunto espinhoso, mas, lá vai. Para início de conversa, não tem nada a ver com religião. Fico irritado com aqueles “crentes” que “amassam a marmita” antes da hora e depois recorrem ao altar como quem busca “consertar” a besteira diante do Senhor [um erro não corrige outro erro, cara pálida]. Casam sem amor, sem conhecer um ao outro, transformam a união num tormento e depois ficam com aquela conversa de que “o que Deus uniu, não separe o homem”. A questão é: será que foi Deus mesmo quem uniu?

Voltando ao episódio da missa. Depois da cerimônia, não pude deixar de rir de uma devota de Nossa Senhora [julgo pela camiseta que ela usava, com a imagem de Maria] que pensava alto: “Nossa, para aturar uma pessoa por 70 anos tem que ter muita coragem”. Fui obrigado a concordar com ela. Só acrescentaria algumas qualidades à atitude dos meus avós. Além de coragem, é preciso amor, cumplicidade, respeito, convicção e temor a Deus. Amém, irmãos?