Estou longe de casa há quase uma semana (isso parece aquela música cretácea da Blitz, credo!). E bota longe nisso! Daí se justifica, em parte, esse período de ausência no blog. Estou na linda ilha de Florianópolis-SC, curtindo um friozinho noturno e “tirando férias” do sol escaldante de São Luís do Maranhão.
Férias!? Que nada. Estou aqui a trabalho, coordenando parte da Comunicação de um grande evento nacional do Fisco (mais de 1.400 congressistas), promovido pela Federação do Fisco Estadual e Distrital – Fenafisco. Do hotel, dá para ver o mar - aliás, estou escrevendo agora de frente para ele. Todavia, para o leitor não pensar que a vida está mansa por aqui, são quase 23h e só agora consegui voltar para quarto, depois de um dia pesado de trabalho, que começou às 9h. Até sexta-feira (3), dia do retorno para casa, dificilmente terei tempo para dar um mergulho nas águas claras do litoral catarinense.
Mas, como todo sacrifício tem suas compensações, aprouve ao Senhor me presentear com uma grata surpresa. Sabe essas imagens que ficam por muito tempo na memória? Pois é, em uma noite que tinha tudo para ser extremamente burocrática (entrevistas, depoimentos... e a formalidade habitual das cerimônias de abertura de um congresso), eis que surge, no palco, um casal de bailarinos da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. A atmosfera mudou. Recebeu ares de poesia. A música ganhou cor, sorrisos e movimento. Pensei: – Incrível é a capacidade do ser humano de fazer coisas belas! Impossível para mim não pensar no Autor Supremo. Agradeci.
Era só o começo. Intitulado “Divertissement”, o espetáculo incluiu nove solos (individuais, pas de deux e em trio), retirados das principais coreografias do repertório do Bolshoi no Brasil - única escola do Bolshoi fora da Rússia, sediada em Joinville-SC. “Hipnotizada”, a platéia assistiu a trechos de balé de repertório, dança clássica, contemporânea e a caráter (espanhola e russa), todas com o toque primoroso que fez da companhia russa a mais reverenciada do mundo, no gênero.
Sem palavras para descrever a beleza do espetáculo, apelo para a frase de Ferreira Gullar que ilustra o topo direito desse blog: “A arte existe porque a vida não basta”. E os ateus que me perdoem, mas nós seres humanos somos medíocres demais para inventar a arte. Como em tudo na vida, somos apenas “vasos na mão do oleiro” (Jr 18:6), instrumentos nas mãos de um Deus que, assim como fez ao nos dar os sentidos, o amor, a amizade, o sexo..., nos concedeu a arte para nos alegrar em dias maus.
Obrigado, Senhor.