quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Quando escolhemos Barrabás


Barrabás não era um bandido qualquer (Mt:27:16). Preso por se amotinar contra Ro­ma e estar envolvido em um homicídio (Mc 15:1-13), ele detinha a admiração do po­vo - à época subjugado pelo Império Romano. Era uma espécie de herói, corajoso a pon­to de enfrentar o poderio do inimigo dos judeus. O povo se identificava com ele.

Do outro lado, estava Jesus. Corpo dilacerado, ensangüentado. O retrato da “fragilidade” humana ante a crueldade de seus algozes. Os dias de curas, milagres, sermões impactantes haviam se apagado da memória do povo ensandecido. Não, aquele não era o herói que eles queriam. As pessoas não se pareciam com Jesus. O povo se parecia com Barrabás.

Talvez inspirados no episódio bíblico, muitos falsos líderes e falsos profetas têm levado vantagem em nosso tempo. Eles têm facilidade de vender um “Jesus” diferente do Jesus da Bíblia. Oferecem Barrabás disfarçado de “Jesus” e muitos crêem. Um falso Je­sus que não fala de arrependimento ou de mudança. Um “Jesus” que é parecido com o mundo: vaidoso, ganancioso, egoísta e acomodado em seu pecado.

O Jesus da coroa de espinhos, da cruz, da carne mortificada, do negar-se a si mesmo não é atrativo para a maioria. Mas, o “Jesus” da “prosperidade”, esse sim, é irrecusável. É esse o “Cristo” que muitos almejam, o gênio da lâmpada, sempre disponível para satisfazer desejos.

Queremos um Jesus que se pareça conosco em vez de alguém que precisemos mudar para se parecer com Ele.

Nos evangelhos, o povo escolheu a Barrabás porque se parecia mais com ele do que com Jesus. Muitas vezes, agimos da mesma forma, como imitadores daquelas pessoas. Escolhemos o preso pecador, que se parece conosco, ao invés de Jesus, que exige de nós uma mudança de vida.

Pense nisso.

8 comentários:

RRM34 disse...

É triste, mas é a pura realidade, muitas pessoas estão sendo levadas à acreditarem que estão escolhendo/seguindo a Cristo, estão na verdade caindo no sofismo, a quem o mundo diz ou fala, de uma mensagem em que muita das vezes não se tem a compreensão textual do versículo bíblico supracitado em uma mensagem e ficam a ser levados pela decisão dos outros. Escolher a Cristo é uma decisão, é convicção, é ter a certeza de que a porta é estreita e o caminho é muito mais estreito, é saber que a voz de Deus NÃO é voz de um POVO que se faz manipular.

Rô Moreira disse...

Sim , mas estão fazendo da porta estreita larga.
a tendência é escolher o errado mais do que o certo, escolher o que se parece conosco, mas do ter que mudar e ter o caráter de Cristo. Muito boa sua reflexão Clóvis. Paz!

Alberto Couto Filho disse...

Olã, mermão!

Vc percebeu que os seguidores da prosperidade não têm blog, site ou coisa parecida?
Sabe por que?
Por que eles, na realidade, concordam com tudo o que o nobre pastor considerou em sua mensagem.
Amada Rô,
Caráter de Cristo? pergunte ao Edir Macedo o que é isto,
Refletindo, opinando, em Cristo,
Seu conservo em Cristo
Alberto

Brena Oliveira disse...

A pergunta é: Se vc estivesse lá, escolheria soltar Jesus em vez de Barrabás? Muitos dirão sim!Mas vc seria corajoso o suficiente para enfrentar toda aquela multidão?

Anônimo disse...

Cabala, os últimos posts me deixaram muito alegre. Com os olhos abertos. Tenho que aprender a fazer as melhores escolhas também; escolher a verdade e a humildade. Abraços, meu amigo, até amanhã.

Clovis Cabalau disse...

Pois é Brena, acho que muitos de nós, se estivéssemos lá, escolheríamos como a multidão. Mas, a questão maior é que tipo de escolhas fazemos hoje. Aí é que está o perigo.

Clovis Cabalau disse...

André, alegre fico eu de saber da tua alegria. Fica na paz.

Brena Oliveira disse...

Pois é!

Postar um comentário