Em meio à pluralidade de denominações cristãs em nossos dias, fica difícil conciliar um pensamento de unidade que possa se aproximar do modelo original observado na igreja primitiva. As diferenças doutrinárias, teológicas e culturais não são poucas. Do ré-té-té ao tradicionalismo radical, do presbiterianismo ao neo-pentecostalismo, pairam particularidades capazes de confundir o juízo de qualquer cristão.
Há quem veja pontos positivos nessas diferenças, afinal, “o importante é falarmos de Jesus” – diriam os conciliadores. Complicado, entretanto, é saber se o Jesus de que se fala em certas igrejas é o mesmo das Sagradas Escrituras, ou é um “Jesus” pré-moldado para atender a conveniências pessoais. Convém frisar a impossibilidade, a meu ver, de unidade entre igrejas coerentes com a Palavra e outras que agridam frontalmente as Escrituras, em nome de suas doutrinas de homens e da idolatria religiosa.
Pergunto: Diante de tantas diferenças, será possível encontrar um ponto de convergência que justifique o fato sermos todos irmãos, salvos no mesmo (e único caminho) Jesus? Sem dúvida que sim, pois a graça, mediante a fé no Cristo que se fez carne, morreu e ressuscitou, é o que nos credencia à salvação, e não essa ou aquela instituição religiosa.
Apesar do crescimento do número de evangélicos no Brasil e do nascimento indiscriminado de novas igrejas no país, alegro-me na certeza de que denominações sérias e alicerçadas na Palavra estão se fortalecendo e investindo na formação de ceifeiros pensantes, movidos pela convicção da graça e de Reino. Vibro quando vejo igrejas esquecendo as diferenças teológicas, derrubando barreiras hermenêuticas, pela unidade do corpo.
Penso nisso, e me vem à mente a passagem em que Jesus menciona “a porta estreita que leva à vida” (Mt 7:14). Ao que se sabe, a Bíblia não menciona placas denominacionais acima da porta estreita. Logo, há um chamado salvífico comum para a igreja-noiva, a igreja-corpo do Senhor. Enquanto isso, as diferenças continuarão por gerar bons debates teológicos por aqui. Mas, sem jamais esquecermos da graça que nos faz um só em Cristo.
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