Domingo, dia 22 de agosto de 2010, fui ordenado pastor numa das noites mais emocionantes de minha vida. Jamais planejei tal situação. De todos os planos que fiz quando mais novo, em nenhum momento sonhei ser um pastor evangélico. Pensei em ser arquiteto, cantor de rock’n’roll, artista plástico, escritor..., mas, pastor? Jamais. Eu nem gostava de crente! Achava todos um bando de doido, fanáticos, vacilões.
Confesso que fiquei chocado comigo mesmo quando me deparei com a realidade de que não dava mais para viver longe de Deus. Definitivamente, eu não era mais o mesmo. E o mais doido disso tudo é que não me sentia fanático por isso, mas livre. Percebi que não eram os crentes os vacilões, mas eu, por me achar melhor do que eles, mais inteligente do que eles. Senti-me patético ao constatar a minha arrogância, minha falsa auto-suficiência e, sobretudo, minha lamentável postura “agnóstica”, que sempre caía por terra quando minha insuficiência e minha fragilidade me faziam recorrer ao Senhor, mesmo sem saber como. Entendi que Ele sempre esteve ali, só esperando por um passo meu em Sua direção.
Após minha ordenação, ouvi algumas vezes a frase “você mereceu estar onde está hoje”. Definitivamente, não mereço nada. Não estava ali por méritos próprios, mas por vontade do Senhor. Nenhum dos feitos que porventura alguém possa achar que foram meus, não seriam possíveis não fosse por misericórdia Dele na minha vida, pela ajuda e pelas orações de muitas pessoas próximas. Se fosse por mim, e não por Ele, estaria bem longe da Sua presença e perdido em minhas “convicções racionais”, deixando de viver o sobrenatural, inexplicável, e, ao mesmo tempo, incrivelmente palpável amor de Deus.
Aprendi a não mais fazer planos. O que não quer dizer viver uma vida sem planejamento. Falo de planos sobre os quais não tenho domínio. Refiro-me aos projetos que exigem respostas às quais não posso dar, pois entendo as palavras que dizem: “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa vem dos lábios do Senhor” (Provérbios 16:1); e “Não sabeis o que sucederá amanhã. Pois, que é a vossa vida? É como o vapor, que aparece e logo se dissipa” (Tiago 4:14).
Sigo ciente dos desafios e das corriqueiras pedras lançadas na direção daqueles que escolhem abraçar o ministério. Sinto-me honrado, como o apóstolo Paulo, de sofrer perseguições em nome de Jesus. Hoje, sinto-me muito mais esclarecido do que antes, mais intelectualizado, capaz, competente e mais confiável do que antes. Porém, ao contrário de outrora, vejo-me como o menor dos homens, um pecador diário e carente diário da misericórdia de Deus.
Louvo a Ele pela confiança e pelo amor dos meus pastores e de cada um dos irmãos/companheiros de caminhada. Nesse momento, admito minha incapacidade de verbalizar toda a minha gratidão e também o turbilhão de sentimentos gerados pela presença gloriosa do Espírito Santo na minha vida.
Por fim, encorajo você, que ainda não disse sim ao convite de Cristo para segui-lo, a fazê-lo já. E experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.
12 comentários:
Meu querido amigo e agora pastor, que o Senhor abençoe seu ministério , que ele continue te dando sabedoria em tudo, e nunca esqueça de ser servo, pois é assim que deve ser um pastor, para servir e cuidar do rebanho do Senhor. Parabéns. paz seja contigo e sua família.
Ah! acho que você errou no mês. Deve ser muita alegria.
Obrigado, Rô. Ser servo é o maior dos títulos que um verdadeiro cristão pode almejar. Deus a abençoe.Realmente errei feio no mês.Já corrigi. Valeu.
Cabala, a tua humildade deveria ser uma bala de constragimento para inúmeras (exatamente, no contexto a ser corrigido, hehe) pessoas. Tenho fé em Deus e em tua existência por menor que você acredite que ela seja. Fica frio, companheiro, vamos conseguir superar toda dificuldade e superar os problemas que aparecem pela frente. Boa sorte e muita fé em tua nova posição, sr. pastor. Abraços.
Valeu, André, "tamo junto". As lutas estão aí para nos fortalecer. Em tudo, eu glorifico a Deus, Ele tem o controle de todas as coisas.
Abençoamado pastor Clovis,
A paz
Digo ao egrégio ministro do Evangelho de Jesus, ora meritoriamente separado e privilegiado pelo Senhor para conduzir o Seu rebanho, que jamais se esqueça da exortação ao arrependimento, contida nas palavras do filho de Hilquias, o profeta Jeremias: “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência”. Eis, na sua consagração, uma evidência
É a sua vez de sentir-se apertado em meio às pessoas que precisam ter as suas feridas cuidadas por um homem de Deus, ao tempo em que estará sentindo a pressão maior de cuidar das suas tarefas ministeriais. Fique tranqüilo – Jesus passou por tudo isso, exercitando o Seu modelo de Liderança, servidor por excelência e, sabidamente, eficaz. Tende bom ânimo!
Aquela mesma paixão de Jesus deverá ser o seu objetivo primacial – o cuidado com as pessoas para que elas tenham as suas vidas transformadas à semelhança de Cristo. A transformação de vidas deverá ser resultante da sua influência como líder no ofício pastoral.
Terás de fazer como Paulo, induzindo nossos irmãos ao inconformismo com os modismos desta nossa época tão conturbada, em razão do falseamento e deturpação dos desígnios de Deus. É esta, como sabe de sobejo, o nobre pastor, a condição “sine qua non” para que a boa, agradável e perfeita vontade de Deus seja experimentada por todos.
O amigo será, doravante, responsável pela remodelação da atitude mental dos “de fora” e, também, dos crentes, através do conhecimento do Evangelho, mediante o poder do Espírito e pelas implicações e interesses da vida que está por vir, com a volta do Senhor.
Viu só? Eu também falo sério. Não pense, no entanto, que vou abdicar do humor nas coisas de Deus. Basta que sejamos pessoas equilibradas. Aliás, no século passado, o teólogo Henry Ward Beecher, editor e escritor norte-americano, declarou que “entre as coisas que se referem ao entusiasmo, só os homens equilibrados sabem como ser insanos nas ocasiões apropriadas”. E digo mais – Se alguns dos nossos pastores de hoje não reaprenderem o valor de um sorriso, eles não terão condições de desencadear a capacidade dos obreiros, de descobrirem o real prazer de servir à obra de Deus. Dou graças a Deus pela “nossa”, sempre oportuna, insanidade.
É, mas o humor deve andar lado a lado com a humildade. Todos nós, seguidores do seu blog, pudemos constatar sua presença na mensagem singela do amado pastor. É fato, uma atitude humilde é um dos ingredientes de uma mudança bem sucedida.
Disse Terry Waghorn que a humildade permite que as pessoas levem a sério o que fazem sem exigir demais delas mesmas. As pessoas humildes não pensam pouco de si mesmas – elas apenas pensam pouco nelas mesmas. Por dispuserem-se, como você, a admitir suas próprias limitações, suas vulnerabilidades, elas tendem a mostrar mais disposição para catalisar resultados amplamente satisfatórios no trabalho em equipe.
Eu vejo assim: Essa afirmação é bem mais verdadeira no meio desta “bagunça gospel” em que vivemos de vez que qualquer tendência à rigidez e seriedade pode muito bem arruinar o ambiente de uma igreja ou organização evangélica, a ponto de limitar o poder criativo do genuíno servo de Deus.
Concordo que você, quando em tempos idos, não gostasse de crentes – Nem eu! Da mesma forma que o irmão, eu os via como doidos, fanáticos, vacilões e, quer saber? Tem muito cara chato “pela ai”, se escandalizando com os nossos “tamo junto”, “errei feio”, “dancei”, “to fora” e outras clássicas amenidades, bem mais facilmente entendidas do que alguns vocábulos bíblicos do tipo: ab-rogar, opróbrio, locusta, arcano, irrisão, aleivosamente, alimárias...pois é...
Caramba! Mandei a concisão às favas e me fiz prolixo. Também pudera né?! Não é toda hora que vemos um irmão-amigo ser consagrado a pastor. Sobre este assunto; sobre a eficácia da liderança pastoral eu escrevi em obra a ser publicada, agora, ao final deste mês, sob o título “VINDE APÓS MIM – JESUS não disse: IDE após seus líderes”.
Sobre o livro comento um pouco mais, como escritor neófito, no seu email. Fique atento.
Creia que não foi meu intento ensinar homilética a um pastor, como os católicos ensinam os padres a rezar missas (Óh), mas como o título da postagem, tentei traduzir minha satisfação com palavras (muitas)...e ai...foi.
Congratulo-me com o nobre pastor, enquanto glorifico a Deus pela sapiência da escolha.
Que sobejem bênçãos
Seu conservo, no Eterno,
Alberto Couto Filho
Soli deo gloria
Eu vejo assim: Essa afirmação é bem mais verdadeira no meio desta “bagunça gospel” em que vivemos de vez que qualquer tendência à rigidez e seriedade pode muito bem arruinar o ambiente de uma igreja ou organização evangélica, a ponto de limitar o poder criativo do genuíno servo de Deus.
Concordo que você, quando em tempos idos, não gostasse de crentes – Nem eu! Da mesma forma que o irmão, eu os via como doidos, fanáticos, vacilões e, quer saber? Tem muito cara chato “pela ai”, se escandalizando com os nossos “tamo junto”, “errei feio”, “dancei”, “to fora” e outras clássicas amenidades, bem mais facilmente entendidas do que alguns vocábulos bíblicos do tipo: ab-rogar, opróbrio, locusta, arcano, irrisão, aleivosamente, alimárias...pois é...
Caramba! Mandei a concisão às favas e me fiz prolixo. Também pudera né?! Não é toda hora que vemos um irmão-amigo ser consagrado a pastor. Sobre este assunto; sobre a eficácia da liderança pastoral eu escrevi em obra a ser publicada, agora, ao final deste mês, sob o título “VINDE APÓS MIM – JESUS não disse: IDE após seus líderes”.
Sobre o livro comento um pouco mais, como escritor neófito, no seu email. Fique atento.
Creia que não foi meu intento ensinar homilética a um pastor, como os católicos ensinam os padres a rezar missas (Óh), mas como o título da postagem, tentei traduzir minha satisfação com palavras (muitas)...e ai...foi.
Congratulo-me com o nobre pastor, enquanto glorifico a Deus pela sapiência da escolha.
Que sobejem bênçãos
Seu conservo, no Eterno,
Alberto Couto Filho
Soli deo gloria
Querido amigo e desde sempre pastor. Um homem de Deus não se torna pastor... mas desde o ventre da sua mãe Deus o escolhe! Deixo um poema de Antonio Bezerra para que você tatue no seu coração:
"Homem que Deus escolheu
Acredita que ele voltará
Reconhecido pastor verdadeiro
Olhando para o mundo inteiro
Leva pessoas a Jesus Cristo
Dignifica seu nome no que faz
Orando por quem é incapaz.
Sua vida nas mãos do senhor
Indo por onde for
Levará consigo a família
Vivendo com integridade
Amando a palavra e a verdade."
Fique com Deus Pastor Clóvis.
Que Deus possa sempre te abençoar, te dando cada vez mais sabedoria e obediência! Parabéns meu novo Pastor!:D
Queridos Alberto, Duanny e Brenda, recebo com humildade e emoção as palavras dos irmãos. Alberto, suas palavras não foram extensas, foram certeiras. Recebo cada uma delas com alegria e respeito. Saiba que não vejo como pregar o evangelho sem falar de arrependimento e de cruz. Dia desses, lancei à igreja a pergunta: "Quantos querem viver a vitória de Jesus?" Talvez pela palavra "vitória", a maioria não tenha refletido sobre a pergunta e levantaram as mãos, em meio a glórias a Deus. Depois acrescentei: "A vitória de Cristo foi a vitória da cruz". E repeti a pergunta: "Quantos querem viver a vitória de Jesus". Só a metade levantou a mão e os glórias a Deus foram drasticamente reduzidos. Como Paulo, preciso pregar o que Deus me manda pregar, não o que vaio agradar aos homens. Confio no entendimento dos escolhidos de que Deus exorta aqueles que amam. Muito obrigado por seu comentário, querido pensador Alberto.
Duanny, vou resumir meu sentimento em relação a você: te amo. "Tamo junto" sempre.
Brena, fica firme e lembre-se de nunca olhar para este seu conservo como alguém que não erra. Nunca olhe para o homem, tente ver a Cristo na minha vida, porque não sou nada sem Ele.
Claro, sempre Deus em primeiro lugar! Podemos ver Deus agir sobre sua vida!
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