terça-feira, 13 de outubro de 2009

O pecado da acepção de pessoas

Um amigo católico me relatou dia desses uma história que vale reflexão. Contou-me que seu irmão, também católico, havia chorado copiosamente na missa do domingo, ao ponto de chamar a atenção das pessoas próximas. Questionado sobre o porquê das lágrimas e da expressão de tristeza, ele disse que a razão era o fato estar sendo discriminado por seus familiares, evangélicos.

Curioso isso. Quem diria! Logo nós, evangélicos, tantas vezes considerados vítimas de discriminação religiosa, fazendo tal e qual nossos “algozes” de outrora.

A meu ver, qualquer tipo de discriminação, seja ela religiosa, racial ou social, é, no mínimo, burra. Quem age assim, porta-se como os discípulos que tentavam evitar que determinadas pessoas se aproximassem do Mestre. Sempre que Jesus percebia essa situação (a exemplo das crianças, do cego Bartimeu, da mulher adúltera...) eram repreendidos por Ele. Tiago 2:9 nos adverte sobre o pecado da acepção de pessoas. Nosso papel é dar testemunho, orientar com argumentos sólidos e não tentar enfiar o Evangelho de Cristo garganta abaixo de alguém que, quer queiramos ou não, acreditam em uma “verdade” que não é a nossa.

No dia em que eu me achar dono da verdade, por favor, repreendam-me, porque haverei de ter esquecido que só há um dono da verdade. Aliás, Ele não é só o dono como é a própria verdade, o caminho e a vida.

É triste ver o pecado da acepção de pessoas no meio evangélico não só fora das igrejas, mas também dentro das congregações. Em razão de interesses questionáveis, púlpitos são entregues a pessoas influentes (políticos, por exemplo), porém de conduta duvidosa, e afagos especiais a membros de maior poder aquisitivo são comuns. Por outro lado, obreiros fiéis e anônimos são muitas vezes ignorados, vendo-se obrigados a recorrer ao próprio chamado como ponto de apoio para se manter firmes na caminhada.

É como diz um frase interessante, cujo autor eu desconheço: “A humanidade é mesmo uma bênção, o que estraga somos nós, seres humanos”.

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