quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sofia em meu mundo


Eu pensava que babar, corujar, abobalhar, mimar seriam infinitivos comuns na minha rotina de pai de primeira viagem. Mas a coisa ficou mais séria do que eu imaginava.

Evidentemente, projetava uma ideia de como é ser pai. O amor, o cuidado, o carinho, a preocupação..., enfim, o pacote típico de toda figura paterna - seja ela um estreante (meu caso) ou veterano nessa árdua tarefa. Todavia, o impacto de ter Sofia diante de meus olhos, segurar aquela pequena/grande criatura do Pai celestial, foi muito além do que palavras poderiam verbalizar. Talvez as lágrimas e a cara de apaixonado tenham traduzido de alguma forma.

Tenho aprendido muito com ela. Desde os primeiros instantes, do primeiro choro, ainda na sala de cirurgia, à vigília da última madrugada. Lições que não se aprendem na teoria, só vivendo.

Há poucos dias, estava no limite do cansaço. Seis noites seguidas quase sem dormir. Compreendi o sentido da expressão “dormindo acordado”. Mesmo quando cochilava, o mínimo ruído vindo do berço de Sofia me soava como o mais estridente despertador. Preocupação ao extremo! Relaxar? Impossível. Até que numa das minhas rondas noturnas no quarto dela, ao vê-la dormir, tranquila, soprou-me ao ouvido a voz interior que me fez lembrar da prerrogativa dos filhos de Deus de poderem descansar Nele. Logo eu, que tantas vezes li, preguei e aconselhei me valendo desse básico direito outorgado aos que creem. Enquanto me afligia, preocupado com o bem-estar da minha filhota, com as contas a pagar...,impotente por não poder fazer além do que estava ao meu alcance, ela dormia, cândida. Soou-me o Salmo 127, versos 2 e 3: “Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus Ele o dá enquanto dormem. Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão”.

Creio que Jesus, ao ensinar a seus discípulos a serem como os pequeninos, também referia-se à forma como as criancinhas, e só elas, conseguem descansar – certamente pela própria condição de dependentes que são. Pois é, o semblante de Sofia dormindo, me ensinou bem mais que as muitas elucubrações teológicas ao longo de minha, ainda menina, vida de pastor.

A propósito, a foto dela aí em cima fala por si. É ou não é?

4 comentários:

Alberto Couto Filho disse...

Clovis, corujão amigo

A paz
Q que dizer ao papai e à mamãe da Sofia que já
não esteja consubstanciado no Salmo 127?
Apenas uma coisa:
SEJAM FELIZES! QUE DEUS OS ABENÇOE!
Alberto

Sandro Moraes disse...

Bela reflexão, linda filha. Quão abençoados vocês são. Em breve faremos uma visita. Ao casal forte abraço!

Janilde disse...

Ser mãe foi a melhor coisa que já me aconteceu na vida. Agora só falta escrever um livro e plantar uma árvore rsrsrs. Brincadeiras à parte, quero dizer que sempre acompanho o blog, admiro suas palavras e pensamentos. Abençoada seja sempre a sua família!!! Dá vontade da apertar a Sofia de tão fofa!!!

Clovis Cabalau disse...

Queridos, louvo a Deus pelo carinho de vocês. Desculpem-me a ausência no blog. Gostaria de estar mais presente, porém, as prioridades têm sido outras. Estou também idealizando uma nova forma de tornar a página mais útil, atrativa e diferente. Espero estar de volta o mais breve possível. Não desistam de mim.
Deus abençoe.

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