segunda-feira, 25 de abril de 2011

Minha Bíblia virtual

No meu aniversário, ganhei do meu pastor uma “Bíblia Glow”, considerada “a Bíblia digital” e evolução da famosa “Ilumina”. Lançada em 2009 nos Estados Unidos – onde já soma mais de 65 mil instalações -, a “Glow” é obra-prima de um brasileiro, o engenheiro e cristão Nelson Saba (foto abaixo). Para os ditos jovens “descolados” de nosso tempo, ele talvez se enquadre no rótulo de “nerd”. Formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA (só quem estuda muito consegue cursar engenharia no ITA), ele trocou o emprego em Nova York por uma missão: elaborar o que considera a “Bíblia digital definitiva” e, claro, converter o mercado a adotá-la.

A “Glow” foi lançada em agosto do ano passado no Brasil e, até o momento, vendeu cerca de 8 mil unidades, número modesto se comparado ao norte-americano. Mas, nada que desanime Saba, que aposta no mercado nacional e costuma ser discreto ao falar de se suas convicções cristãs - coisa de “nerd”. E falando em nerds, outro dia assistia ao Profissão Repórter, cuja temática era a bebedeira entre jovens brasileiros e um deles, à porta de uma Universidade, revelou à jornalista que preferia beber a assistir aula, e que os “únicos que estavam em sala naquele momento eram o professor e os nerds”. Pois é, mané, os “nerds” são caras como Nelson Saba, que se deu ao luxo de trocar um emprego bem remunerado em Nova York para se dedicar a um sonho. E adivinha? Está ganhando milhões de dólares com isso.

Voltando a falar da “Glow”, confesso que ainda preciso me adaptar melhor a esse admirável mundo novo da tecnologia da informação. Infelizmente, ainda não tive o tempo adequado para conhecer a super-Bíblia digital em toda a sua magnitude. Até porque sou do tipo que privilegia manusear as páginas reais das Sagradas Escrituras; folhear suas folhas de papel fino; aproximar os olhos do livro para conferir as minúsculas letras das notas de rodapé; ler e reler um certo versículo, deixando a Palavra penetrar a alma; ir e vir do AT ao NT, etc. Para mim, dificilmente um computador poderá substituir esses pequenos prazeres.

Todavia, não sou adverso às novidades tecnológicas, pelo contrário. Não vejo problema algum nos irmãos que carregam a Bíblia no celular, ou nos pregadores que usam o notebook no púlpito. E daí se um jovem prefere ler a Palavra em seu palmtop? Lê-la é o que importa. A palavra é, e sempre será, viva e eficaz (Hb 4:12), seja ela oral (como nos primórdios), manuscrita (como nos originais), impressa ou em caracteres virtuais. Vale o que está escrito. De uma forma ou de outra, ela não passará (Mt:24:35). Portanto, não vejo a hora de degustar a minha “Bíblia Glow”, cujo único problema, a meu ver, é o preço (R$ 140,00, em média). Mas, como já disse, fui abençoado com uma. Aleluia!


terça-feira, 19 de abril de 2011

Semana Santa e religião

Primeiramente, aviso aos poucos, porém queridíssimos, leitores do CrentePensante que estou vivo. Foram os afazeres e, confesso, um pouco de desleixo que me fizeram ausente da blogosfera por certo tempo. Mas, enfim, vamos seguindo, aos trancos e barrancos. Li ontem a notícia abaixo e resolvi postá-la, para a reflexão dos visitantes. Na seqüência, as minhas considerações sobre o assunto. Segue a notícia: 

Última Ceia aconteceu na quarta, e não na quinta-feira

A última ceia que Jesus Cristo compartilhou com seus 12 apóstolos na noite da Quinta-feira Santa aconteceu, na realidade, numa quarta-feira, afirma um especialista britânico em livro publicado pela Universidade de Cambridge. "Descobri que 'A Última Ceia' aconteceu numa quarta-feira, em 1º de abril do ano 33", declarou ao jornal "The Times" o professor Colin Humphreys, da Universidade de Cambridge.

No livro, intitulado "The Mystery of the Last Supper" ("O Mistério da Última Ceia"), o catedrático acrescenta mais uma tese a um tema que divide teólogos e historiadores. "Esse é o problema: os especialistas em Bíblia e os cristãos acreditam que a última ceia começou depois do pôr do sol de quinta-feira, e a crucificação foi realizada no dia seguinte, às 9h. O processo de julgamento de Jesus aconteceu em várias áreas de Jerusalém. Os especialistas percorreram a cidade com um cronômetro para ver como podiam ocorrer todos os acontecimentos entre a noite de quinta-feira e a manhã de sexta-feira: a maioria concluiu que era impossível", enfatizou o professor, segundo trechos do livro.

Os discípulos Mateus, Marcos e Lucas dizem que a última ceia foi uma refeição pascoal, enquanto João afirma que aconteceu antes da Páscoa judaica. "A solução que encontrei é que todos têm razão, mas que se referem a dois calendários diferentes", explica o pesquisador. Reconciliando os dois calendários, o professor concluiu que a última ceia aconteceu, na verdade, na véspera da Quinta-feira Santa.

Comentário do editor:
Admiro esses estudiosos que esmiúçam a Bíblia em busca de novas descobertas, baseados nas informações textuais ali contidas. Eu mesmo, caso tivesse o tempo necessário e, claro, aptidão para tal, gostaria muito de mergulhar mais fundo nas escrituras, passear in loco por sua geografia, reviver os passos dos homens e mulheres lá descritos. Faria isso não apenas para matar curiosidades pessoais, como também para aprofundar conhecimento e, certamente, fortalecer ainda mais a minha fé. Mas, por ora, devo contentar-me em comentar, à distância, as descobertas dos especialistas, a exemplo do referido senhor Colin Humphreys, de Cambridge.

Pois bem. Considero válidas as suas conclusões, embora pense que o valor maior da Santa Ceia não esteja na exatidão do dia ou da hora em que ela ocorreu. Creio que a tese de Humphreys, suponho, deva tirar o sono somente de religiosos afeitos a rituais relacionados às chamadas datas santas, tipo a “obrigação” de comer apenas frutos do mar na Semana Santa - para desespero dos açougueiros e alegria dos peixeiros. Aliás, conheço gente que passa o ano inteiro bebendo todas, traindo a esposa, mentido a torto e a direito, etc., mas na Sexta-Feira Santa não abre mão do “sacrifício santo” de comer peixe ou marisco – de preferência um escabeche ao ponto, uma bela de uma anchova na brasa, ou mesmo a “torturante penitência” de degustar uma camaroada na moranga. Quanto “sacrifício”!

Reafirmo que a data e hora exatas da refeição com os apóstolos, a meu ver, é o que menos importa diante das inúmeras lições de sacrifício e amor contidas na Nova Aliança selada pelo Senhor naquele momento singular de sua passagem pela Terra.