sábado, 29 de janeiro de 2011

ImBBBecilidades em horário nobre

Que o BBB é uma escória da TV Brasileira, muitos com o mínimo de massa encefálica ativa hão de concordar. E nada que venha da tal casa dos brothers me causa espanto. Embora não seja telespectador do nefasto reality global, acabo sabendo, via globo.com (um dos sites que visito diariamente), de algumas peripécias dos “geniais” participantes da edição atual do programa. Recentemente, uma novidade foi um alardeado primeiro beijo lésbico da história do BBB. Ohhhh! Que grande feito!!!!

A fim de comentar o episódio, arrisquei-me a ler o texto com a “fantástica” notícia. Descobri, então, que o beijo “revolucionário” foi entre as participantes Diana e Michelly, não sei bem em que situação, porque não tive estômago para ler a reportagem até o fim. Mas li o suficiente para deparar-me com a “brilhante” declaração que a tal Diana teria dito antes de entrar na casa: “Eu não chego em mulher, elas é que chegam em mim”, afirmou a “filósofa” big sister. Em seguida, arrematou com esta pérola: “As mulheres que eu mais fico são ‘heterossexuais’. Não existe mais mulher hétero, todas são curiosas”.

Vê-se o nível da coisa. Quer dizer que, segunda a beijoqueira Diana, todas as mulheres desse mundo são, no mínimo, bi-sexuais, já que as hétero estão extintas. São “reflexões” desse tipo que os milhões de espectadores do BBB consomem todos os dias – além de partes íntimas à mostra e muita, mas muita mesmo, baboseira pronunciada pelos “heróis” do Pedro Bial.

É sabido que a função do Big Brother não é apenas divertir, como tentam justificar alguns fãs de ocasião. A conversa é bem mais embaixo: paira por interesses comerciais explícitos, pela relativização de valores sociais, da banalização da imoralidade. Tudo feito no mais alto padrão global, com direito a câmeras estrategicamente posicionadas, a fim de flagrar posições e situações eróticas, para alegria dos manés de plantão (os mesmo que gastam seu dinheiro votando em seus brothers prediletos, compram a playboy com as eliminadas mais bem dotadas e visitam o site do Paparasi, para ver em detalhes o que as câmeras da casa só mostraram rapidamente).

Antes que alguém venha me acusar de homofobia ou coisa do tipo, adianto-me a rebater, pois qualquer homossexual, transexual ou simpatizante de bom-senso saberia que o tal beijo lésbico do BBB é tão pré-fabricado quanto as celebridades descartáveis que vivem seus minutos de fama no programa. Acreditar que as beijoqueiras do Big Brother estão levantando uma bandeira contra o preconceito é, no mínimo, ridicularizar a discussão sobre o tema. O que estão em jogo, além, claro, de um pomposo prêmio em dinheiro para o(a) vencedor(a), são os dividendos que a polêmica pode render fora da casa. Gente, o óbvio é ululante: BBB é negócio, grana, muita grana às custas da imbecilidade de nós, brasileiros.

Voltando à “brilhante” constatação da tal Diana (a extinção das mulheres hétero), penso que a moça tenha chegado a essa conclusão motivada pela mesma idéia que levou o cartunista e cross-dressing Laerte a afirmar que as diferenças entre homens e mulheres são um dogma da sociedade. Ou seja, fruto de uma conveniência pessoal, baseada num ponto-de-vista e numa escolha, nos quais, logicamente, não cabem generalizações.

Mas, não me iludo (e nem almejo) em achar que todos vão concordar com meu ponto de vista. Afinal, que mal há em assistir ao BBB de vez em quando? - argumentariam alguns. Tudo bem, há gosto para tudo e gosto não se discute. Aliás, mais uma vez o óbvio ulula: lixos como o BBB existem porque o ser humano tem preguiça de pensar. Fazer o quê.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Exorcismo santo


Charge do cartunista Duke, de O Tempo (MG), publicada no site www.chargeonline.com.br.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Nossa lista de prioridades

Como de costume, fazemos uma lista de prioridades para o novo ano. É quando constatamos que algumas dessas “prioridades” encabeçam a relação do ano passado de “metas imprescindíveis” a cumprir. Ou seja, mais uma vez adiamos o que deveria ser inadiável, não fosse a triste capacidade humana de postergar exatamente o que não deve.

Por exemplo: pelos meus planos, eu deveria, ao fim de 2010, estar pesando uns quatro quilos a menos, com direito a barriga zero. Sem falar no meu segundo livro de charges, que sairia do prelo, “sem falta”, no segundo semestre. Li e estudei bem menos do que planejara..., enfim, não vou chatear o leitor com outros itens não cumpridos “da minha lista de prioridades de 2010”. Além do mais, procuro ver sempre o lado bom das coisas: não precisarei fazer uma lista nova para este ano; vou reciclar a velha mesmo, com o cuidado de criar vergonha na cara para cumpri-la. Agora vai. Acredite(o) se quiser.

Mas, afinal, por que raios deixamos tanto para amanhã as coisas que se precisa fazer hoje? Por que estabelecemos metas como “prioritárias” se elas, no fundo, não são? Se realmente fossem, daríamos um jeito de cumpri-las. Ou não? Meses atrás, um homem confessou-me que, apesar de “querer muito estar na igreja”, não conseguia abandonar velhos hábitos, como o de fumar maconha diariamente, entre outros que considerava danoso à sua vida espiritual. Com algum conhecimento de causa, disse-lhe que o problema era que seu “querer muito estar na igreja” era bem menor que a sua vontade de continuar curtindo seu(s) cigarrinho(s) do capeta de todos os dias. Nesse caso, para haver a mudança desejada, ele precisaria restabelecer as suas prioridades - o que pode começar admitindo-se as atuais.

Noutro exemplo, em um culto de domingo pela manhã, acabara de pregar quando perguntei se havia alguém disposto a reconhecer a Jesus como Senhor e Salvador de sua vida. Para minha alegria, uma jovem atendeu ao convite mas, antes de orarmos, ela revelou que há tempos vinha adiando aquela decisão, pois já freqüentava a igreja havia dois anos. Por dois anos anos aquele jovem adiou uma escolha por Jesus que, para mim - e talvez para ela mesma - deveria ser urgente!


Casos assim corroboram com minha tese de que somos especialistas em adiar prioridades, para privilegiarmos as facilidades. Ao escolhermos as coisas fáceis, empurramos para o fim da fila atitudes que, a rigor, representariam mudanças necessárias em nossa vida e, provavelmente, reforçariam nossa auto-estima e nossa fé.

Que em 2011 possamos inverter a ordem de importância de nossas atitudes, priorizando as realmente transformadoras. Em vez das coisas boas do mundo, busquemos as coisas excelentes de Deus. No lugar das facilidades, ajamos de forma a superar limites, ir além do óbvio, principalmente, em favor de um relacionamento mais íntimo com o Senhor, investindo numa busca pessoal consistente, sem máscaras e sem desculpas esfarrapadas do tipo “não tenho tempo”.

Tempo não nos falta. O que o ocorre é o mau uso dele. Deus nos concedeu o cronos suficiente para realizar não apenas os nossos planos, mas também para viver os planos Dele em nós. E que a lista de 2011 não se torne peça de reciclagem para 2012 - caso cheguemos até lá.